A confiança e o sucesso parecem originar-se do mesmo lugar. Ambos são resultados de ações bem executadas, processos concretizados e ajustes necessários. Pode-se imaginar que, ao conquistar o sucesso, automaticamente se adquire a confiança necessária para triunfar. A fama pode estar ligada às vitórias, mas a confiança também é construída através delas. No entanto, um problema surge quando ela se esvai diante de derrotas, erros e decisões equivocadas. A confiança é volátil e frágil. Ela tende a diminuir em momentos cruciais e a emergir em situações em que o resultado não é mais relevante. Isso nos leva, frequentemente, a pensar que aqueles que alcançaram o sucesso conseguiram manter a confiança constante. Entretanto, há uma distinção entre confiar em si mesmo e acreditar em si mesmo.
O termo soa bem em inglês, “self-belief”, e indica o trabalho mental de um atleta experiente que percebeu que, em muitos dias, apesar de ter seguido uma preparação meticulosa, entrará em campo com um certo grau de desconfiança sobre si mesmo. É como observar Neymar em 2010, jogando pelo Santos, e Everton Cebolinha em 2023, atuando pelo Flamengo. A plateia já sabia que algo notável aconteceria com Neymar – gols, dribles, assistências. Por outro lado, atualmente desconfia-se de Everton.
Os atletas refletem e transmitem o nível de confiança. Contudo, ao observar Ronaldo, os dois brasileiros, não se tratava apenas de confiança, mas de uma convicção profunda em si mesmos, perceptível a todos.
Em diversos jogos, eles jogaram muito mal, cometendo erros graves mas, em um único lance, decidiram a partida. Quando eram jovens, a confiança era evidente em jogadas espetaculares. No entanto, com o tempo, a mentalidade desses atletas evoluiu para uma crença sólida em si mesmos. Acreditavam no que poderiam realizar, confiavam que a vitória viria por meio de suas ações. Já não era apenas uma questão de força ou agilidade, mas de crença. A velocidade e o peso já não eram cruciais. Eles podiam determinar os jogos simplesmente por estarem presentes.
Muitos confundem a habilidade de acreditar em si com arrogância. No entanto, aqueles que trabalham arduamente não podem ser confundidos com arrogantes, pois seus resultados demonstram a humildade de compreender que precisam continuar a trabalhar para manter a confiança elevada, o que, por sua vez, leva a acreditar em si mesmos, independentemente das circunstâncias do dia.
Jogadores perdem o foco de acordo com as circunstâncias da vida. A temporada é muito longa e depender da confiança é arriscado e limitante. Existe algo além e os Ronaldos sabiam, mas eles tinham um mentor artilheiro que acreditava muito em si, e falaremos sobre ele por aqui.
