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Pressão e dor

Posted on 29 de setembro de 202329 de setembro de 2023

“Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero.”

Romanos 7:20 

Acostumar-se com a dor não é tarefa fácil e talvez seja o único segredo para o crescimento, em qualquer área da vida. A dor é sinônimo de desconforto, e ao que tudo indica, nosso cérebro se afasta dela para procurar o prazer e o conforto.1 Nossa natureza diz: economize tudo o que puder. Mas nossos objetivos dizem o contrário: entregue-se ao máximo.

A dor é apenas um dos vários sinônimos que poderíamos citar, mas ela talvez seja a que melhor explique o fenômeno. Um guerreiro encara o medo antes de ingressar em uma batalha, um estudante enfrenta a ansiedade antes de fazer uma prova. Dores psicológicas que, necessariamente, precisarão ser gerenciadas para que a meta seja atingida.

De certa forma, em nossa vida comum, tentamos negociar com as dores de forma parcelada. A oferta parece tentadora, 12 vezes sem juros, para no final sentirmos que vencemos, passamos pelo processo sentindo poucas dores. Mas como em qualquer compra parcelada, os juros, as embalagens de entrega, os benefícios aparentes estão sempre embutidos no preço final.

Negociar com a dor é o mesmo que atender ao mecanismo de busca de conforto para economizar energia. Em resumo, esse não é um negócio que nos faz atingir as metas da forma que desejamos2. Pode nos auxiliar a atingir metas medíocres, aquelas que nos fazem viver na média, e ninguém quer viver na média. Claro que para aquela fase do colégio em que aprendemos coisas que não conseguimos perceber nem de onde vieram, muito menos para onde estão nos levando, nesse caso, ficar na média pode até ser aceitável. Mas e para aquele objetivo íntimo e único que habita no fundo de nossa alma? 

Não podemos nos dar ao luxo de ser medíocres com a nossa própria existência.

É por conta da responsabilidade sobre nossas ações e objetivos que precisamos lidar com a dor e com a pressão que essa transação exige de nosso raciocínio. Não se trata mais das notas de corte do colégio com uma estrutura de ensino questionável. Trata-se do que realmente se deseja imprimir no mundo. Não se trata mais de atender às perguntas das pessoas ao nosso redor sobre o que estamos ou não fazendo. Trata-se do pódio de nossa própria vida.

Entregamos a dor para receber respeito. Mas para quem? Você pode se perguntar. Essa é uma negociação interna em que o respeito vem de dentro. É como amar a si próprio. Quem ama, cuida. Quem ama auxilia no caminho da conquista do amado. Negociar com a dor é um mimo, um doce que engorda, um veneno suave que não mata a pessoa por fora. Mata por dentro, pois impede a lapidação do diamante bruto de nossos talentos.

Respeitar e amar a si mesmo é o remédio para essa lista de “doenças” psicológicas/espirituais que aumenta a cada ano. 

  1. Kahneman Daniel – Rápido e Devagar: Duas formas de pensar
    ↩︎
  2. Brownlee Alistair – Relentless: Secrets of The Sporting Elite
    ↩︎
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