I know that when I play my best golf, it’s good enough to beat the best players in the world
Ian Poulter
Para qualquer assunto, quando desejamos debatê-lô, seja com outras pessoas, ou seja em nossa intimidade solitária, é fundamental firmar um acordo inicial: definir os termos que estão em pauta.
A frase do título sugere ser o melhor e vencer os melhores do mundo. Para iniciar esse papo é preciso definir o que estamos pensando quando dizemos mundo, melhor, e melhores.
O mundo é grande mas ele só existe na medida em que a imaginação e a realidade entram num consenso. O mundo tem tamanhos e competidores diferentes que variam de pessoa para pessoa. As habilidades também são definidas pelos talentos, inclinações e o nível de dedicação de cada um.Não é necessário derrotar alguém como Messi para se considerar um bom jogador, mas é preciso vencer o Igor, o capitão do time da escolinha do bairro. É nesse contexto que a palavra “mundo” delimita nossa esfera de atuação diária, expandindo à medida que conquistamos vitórias.
No âmbito profissional, os desafios cotidianos são diversos, e alguns obstáculos são elevados a uma posição inatingível, como adversários imbatíveis. Isso reflete nossas dúvidas internas e a dificuldade de visualizar o próprio sucesso. Muitas vezes, subestimamos nossa capacidade de enfrentar novos desafios no trabalho ou de buscar novos rumos e conhecimentos. Esses oponentes imaginários ocupam o pódio, enquanto nossa imaginação não consegue derrubá-los.
Um jovem do interior que enfrenta dilemas profissionais, emocionais e espirituais pode não conseguir se ver em outro país, falando outro idioma ou explorando novos campos. Mas a vitória em um campeonato sempre oferece o ingresso para uma competição maior. Portanto, o primeiro, único, e mais importante competição do mundo para esse jovem é vencer o campeonato em que está inserido.
“Eu entendi que a motivação principal de Ayrton – quase sua única motivação – era se concentrar em mim e me bater.”
Alain Prost
Parece faltar em todos nós um pouco do espírito competitivo dos atletas, que entendem a linha do tempo da vida de maneira distinta.
O primeiro passo rumo à vitória sempre envolve desmistificar o adversário e perceber que ele é tangível, real e pode ser enfrentado. O segundo passo é reconhecer que nossas próprias habilidades têm o potencial de superar os principais oponentes dentro do nosso próprio “mundo” (contexto) de atuação. Afinal, estamos competindo porque conquistamos a vaga para essa competição.
Os oponentes funcionam como resistência, impulsionando nosso crescimento. Cada etapa é construída com os desafios apropriados, adequados à nossa força naquele momento.
Não todos possuem a determinação e a autoconfiança prontas para serem usadas em momentos de dificuldade. Portanto, tomar consciência da constante competição que o nosso pequeno mundo oferece é o passo fundamental para subir ao pódio e brigar por lugares mais altos.