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Nosso melhor jogador

Posted on 21 de setembro de 202326 de setembro de 2023

Em qualquer espécie de conflito, compreender o adversário é parte central da estratégia, da tática e da operação. A intenção é a de atacar os pontos fracos e anular os pontos fortes para impor o próprio jogo. Mas o adversário faz o mesmo, e com uma diferença que sugere que estamos em desvantagem, pois o inimigo não segue a lei divina e será desleal quando puder. O que não nos é permitido.

Nas Copas de 1962 e 1966, Pelé, o maior de todos, foi caçado, anulado e ferido. O Brasil, por melhor que fosse o time, tinha no camisa 10 uma arma letal. Para se ter qualquer chance contra o Brasil, era preciso anulá-lo. Entretanto, a lealdade e o senso de justiça não habitam o coração de todos os homens, e além disso, a guerra é um lugar sombrio onde as sombras tendem a ganhar mais espaço do que a luz. Nossos adversários, os verdadeiros adversários, não se importam com regras nem com convenções, apenas desejam a nossa derrota.

Esse tipo de conflito ocorre nos gramados e na vida cotidiana com qualquer pessoa. Temos um trabalho a fazer, temos uma vida para realizar e temos um adversário que nos conhece perfeitamente e sabe dos nossos pontos fracos e fortes. Como já mencionamos por aqui, esse adversário é a Resistência que se ergue na medida em que desejamos concretizar alguma coisa. Qualquer coisa. Nosso camisa 10 será marcado rapidamente, sofrendo com carrinhos por trás, socos na nuca e pancadas no joelho.

Este blog utiliza o futebol como metáfora para as circunstâncias da vida comum. O camisa 10, de maneira simbólica, representa o melhor aspecto da equipe. O camisa 10 da nossa vida comum costuma ser aquele talento lapidado, e mesmo que não tenha sido ele quem nos traz o sustento. O camisa 10 é o ganha-pão da família e é fundamental para que as jogadas aconteçam. Sem jogadas, os gols não aparecem.

Mesmo que muita gente não consiga impor uma estratégia de ataque e viva na defesa, tentando pagar um boleto com empréstimos, com a esperança de que nessa ligação direta entre o zagueiro e o atacante, um chute para frente possa resultar em um gol, o camisa 10 está ali no time. Sempre está.

Para atacar o adversário, será preciso criar chances de gol e para isso algum jogador precisará pensar nas jogadas e encontrar espaços entre as linhas de marcação do adversário. Esse é o momento em que o time busca o lucro ao invés do empate. É o momento em que se paga um boleto sem empréstimo e sobra um pouco para investir em si mesmo. Investir nas categorias de base e na preparação física dos atletas. Investir em educação, livros e alimentação.

Uma boa equipe leva tempo para amadurecer. São muitos pontos que precisam ser trabalhados, muitos jogadores e planos táticos que compreendam os diferentes adversários que serão encarados durante o campeonato. Como em um exército, leva-se 4 anos para consolidar essa preparação.

Dessa forma, sendo você um vendedor ou um professor, que tem armado a sua equipe para ficar na defesa com a ideia de não ser rebaixado, será preciso um plano de longo prazo para mudar o jogo. Alguns jogadores estão no banco, outros precisam ser formados na base e tudo isso precisa ser trabalhado ponto a ponto para mudar o panorama.

Nessa nova estratégia, o camisa 10, acima de tudo, precisa ganhar confiança e saber da sua responsabilidade com o time. As equipes vencedoras sabem disso. As pessoas vencedoras sabem disso.

Esse aspecto é o pilar fundamental da operação. A filosofia do clube, a filosofia cujas as bases nos fazem agir como agimos, os planos táticos que tentamos aplicar durante nossos conflitos, não funcionarão caso não tenhamos em campo, na operação, um jogador alinhado e determinado a a executar o que lhe é pedido.

Nosso adversário é uma resistência que nos impede de concretizar nossos sonhos. São obstáculos que podem ter qualquer formato, contando que nos atrapalhe. Esse jogador, o camisa 10, sempre será o mais marcado de todos. A preguiça, a dúvida, a soberba, a ignorância… são mísseis enviados para atingir nossos jogadores. Sem confiança, o jogador não acerta o passe e tende a sentir-se inferior ao que lhe é pedido.

Dentro de um plano de longo prazo, reconquistar a confiança do camisa 10 é parte central e urgente. Muitas vezes, temos que retomar processos antigos para eliminar problemas atuais. Acertar o passe é uma lição das categorias de base, mas, com tanta distração no mundo, nos tornamos velhos e erramos passes infantis. Felizmente, dá para corrigir isso. Quando incluímos a humildade na estratégia, dá para corrigir tudo e alcançar a vitória. São 4 anos para amadurecer um exército.

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