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Treinar com a razão para jogar com paixão

Posted on 14 de julho de 202317 de julho de 2023

Racionalizar é fácil e, por ser tão fácil, pode ser perigoso para aqueles que buscam alto desempenho. Quando praticamos qualquer tipo de atividade, precisamos utilizar conhecimentos técnicos para alcançar nossos objetivos. Em certa medida, o jogo é aprimorado através do raciocínio. No entanto, podemos considerar o mito de Garrincha e ter uma espécie de convicção: ele jogava sem pensar.

De certa forma, Garrincha representou, assim como muitos outros representam, a arte do esporte praticada com maestria, e isso só acontece quando a parte crítica e racional do nosso cérebro abaixa a guarda e se cala, permitindo que o trabalho seja realizado por aquele que treinou exaustivamente: o sistema nervoso e inconsciente. Somente ele sabe jogar de forma concentrada.

A parte racional atrapalha o jogo com autocríticas, destacando defeitos e demonstrando que nossos limites estão próximos de serem superados pelo nosso oponente. É como se estivéssemos em um relacionamento tóxico, onde todas as tentativas de acerto são recebidas com críticas destrutivas. Até certo ponto, todos nós sofremos com isso. E, até certo ponto, é possível trabalhar para nos libertarmos desse pesadelo.

No mundo esportivo e em qualquer área de alto rendimento, é comum que nos treinos o rendimento seja maior, mesmo entre profissionais experientes. Será que fatores como competição, plateias e pensamentos sobre movimentos e ações técnicas são os culpados pelo menor rendimento quando o jogo é para valer?

Parece que sim. A racionalidade atrapalha o instinto. A parte racional acusa o instinto de ser falho e tenta calcular movimentos e ações de forma técnica. É o mesmo que pensar em todos os movimentos ao dirigir um carro. 

Concentrar-se no campo, na atividade, sem pensar nos movimentos que já foram treinados, é um nível supremo de ação. O treinamento psicológico, que muitos atletas acabam conhecendo tarde, é a base fundamental do alto desempenho. O esforço exaustivo nos treinos só pode ser concretizado quando liberamos os instintos para jogar de forma automática. Sem autocríticas, sem reflexões detalhadas sobre os movimentos. Apenas jogar o que já foi treinado. 

O jogo é interior e o alto desempenho depende de um bom relacionamento com ele. Treinar com a razão para jogar com paixão.

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