O processo de comunicação é o mesmo, tanto para marcas quanto para pessoas comuns, e com as redes sociais ficou ainda mais fácil perceber essa relação. Todo indivíduo que emite uma mensagem produz o conteúdo para a sua própria marca. Nesse sentido, conteúdo significa o que está contido em um recipiente (continente) e as roupas, as palavras e gestos, os assuntos com os quais nos identificamos, etc. etc., somados, representam a intencionalidade final da nossa própria marca no mundo. Mesmo sem querer, sem saber, desde o princípio, inevitavelmente, nós nos comunicamos.
Marcas são recipientes que absorvem toda e qualquer manifestação, e a soma dessas atividades resultará na impressão do público. Algumas marcas vendem produtos, outras vendem ideias, outras vendem imagem e sofisticação, mas todas comunicam suas intenções e impactam o mundo à sua volta.

As redes sociais conseguiram transformar todo e qualquer indivíduo em um agente comunicador. Seja qual for a mensagem, consciente ou não, que cada perfil deseja comunicar, está ali o resultado e a arquitetura mental de uma marca. A mera falta de intenção em comunicar é, por si só, um modo de comunicar algo. Não há como escapar da comunicação e, por conta disso, o melhor a fazer é conscientizar-se de que a comunicação interfere nas relações, interfere na sua vida e vai impactar nos seus resultados ao final de tudo. Curtir um stories, compartilhar uma publicação, comentar e o próprio ato de não estar inserido nas redes sociais representam uma comunicação. E comunicação, assim como no meio empresarial, é algo que se deve conscientizar, descobrir, aprofundar e adequar para que a mensagem seja clara. Se você deseja algo, é preciso dizer com todas as suas “fichas”, e uma estratégia pode ser adotada para efetivar o resultado, mesmo que você seja uma pessoa simples, com poucos objetivos estabelecidos.
Temos um nome, um número e uma série de características que nos identificam no meio da multidão. Quando desejamos nos diferenciar das massas, sermos mais agressivos com as vendas de nossos produtos/ideias, talvez seja hora de nos arriscar e modificar alguns pontos. Será preciso comunicar as mudanças, da mesma forma que uma marca faria. Fazer um rebranding para melhorar nosso posicionamento, conquistar objetivos e preservar a existência da nossa própria instituição. A instituição do “Eu Mesmo”.
Temos valores, normas, colaboradores, clientes e chefes. Somos uma empresa dentro do nosso próprio universo individual. Porém, uma pequena minoria de pessoas é confiante o bastante para considerar o próprio produto como sendo bom e digno de uma grande estratégia de comunicação. Uma estratégia que inclua emoção e conexão profunda com as pessoas.
No geral, somos comedidos para falarmos sobre nós mesmos. Temos receios e inseguranças e questionamos todos os processos, pois sabemos que são imperfeitos. Nosso julgamento inicial considera que apenas os perfeitos podem se comunicar com firmeza. O problema é que nenhum processo é perfeito nem será. Isso faz parte de um mecanismo de boicote da própria personalidade.
Esse mesmo fenômeno, de forma idêntica, ocorre com as marcas. Salvo, claro, as grandes e as conscientes do seu próprio carisma. Para o senso comum, falar sobre isso e sobre os próprios produtos pode significar anunciar tecnicamente suas qualidades e aguardar pela melhor proposta de “casamento”.
Um exemplo que me parece esclarecedor é o do jovem que está interessado em uma menina. Ele se arruma para ela, ele a cumprimenta de forma educada e sucinta. Ela não presta atenção, pois tem os olhos atentos ao motoqueiro de jaqueta de couro que chegou na festa sem dar bola para ninguém. Mas o jovem arrumado consegue uma brecha e começa a se comunicar; porém, ele fala sobre as suas qualidades. Mas a jovem não se interessa pela rotina regrada, faculdade e investimentos dele. Ela está interessada no “fora-da-lei” de jaqueta de couro que, sem falar nada, sugere uma vida de aventuras. O público/espectador/alvo/persona deseja com a emoção mais do que com a razão. Sim, é preciso atender à razão e oferecer qualidade, mas sem a emoção estaremos impedindo os clientes de contratarem nosso produto que, mais do que aventuras, pode oferecer uma vida plena para quem o compreender.
O primeiro encontro ficará eternamente na memória, e a emoção tem o poder de iniciar uma conexão duradoura. Conectados pela emoção, teremos, logo em seguida, a possibilidade de provar que somos capazes de muito mais do que aventuras temporárias. Somos o par perfeito para um casamento duradouro. Ou seja, o produto tem qualidade e garantia.