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E-SPORTS VS REALIDADE

Posted on 13 de junho de 202411 de junho de 2025

Símbolos e mitos surgem para instruir as pessoas sobre um novo caminho que pode ser trilhado e sugere bons frutos. Logo que ele é desvendado sem a necessidade de uma narrativa mitológica, esses símbolos, mesmo que mantenham seu conteúdo de instrução, perdem sua função prática dentro da sociedade.

A maioria das modalidades esportivas foi criada com base em atividades que exigiam destreza e algum tipo de desenvolvimento técnico. Função prática. Desde as primeiras civilizações, conscientes das demandas que a natureza e a socialização lhes impunham, percebiam que a caça poderia ser tecnicamente praticada para que fosse mais abundante.

Aqueles que mais “brincavam” com fundas e arcos e flechas antes obtinham mais sucesso e acertavam o alvo com mais frequência. O mesmo vale para os confrontos que sempre ocorreram, desde que o mundo é mundo. Sempre houve a necessidade de proteger-se dos perigos e do mal iminente que pode invadir o coração de qualquer um e tornar-se um agente de um destino fatídico.

A história de Caim e Abel já nos demonstra muito bem esse mecanismo. Muito provavelmente, se Abel tivesse praticado um pouco de Jiu-Jitsu, teria sobrevivido e imobilizado seu irmão até que a raiva fosse dissipada.

A prática de esportes é um ponto central em qualquer civilização, seja por questões físicas, sociais ou emocionais.

Nossa imaginação coletiva atual não espera ser atacada por algum animal selvagem, tampouco que alguma civilização bárbara venha a invadir o  nosso território. Por mais que as notícias estejam por aí, falando sobre assuntos terríveis, gozamos de segurança alimentar, física e emocional. Pedimos comida por um aplicativo enquanto sentimos medo de sair nas ruas.

Porém, a batalha de hoje está ocorrendo em nossas mentes. Como disse Tyler Durden: 

“Nós não temos uma grande guerra, tampouco uma grande depressão econômica. Nossa guerra é dentro da nossa mente, nossa depressão é a nossa própria vida.”

Dessa forma, o desporto físico continua exercendo um papel simbólico e mitológico. Não caçamos mais, nem precisamos (em tese) exercer funções de guerra, mas a fragilidade emocional que todas as comodidades criadas para nos satisfazer, no fim das contas, nos fragilizam e têm representado uma grande guerra, uma grande depressão, um grande inimigo para o qual precisamos nos preparar.

Pais e mães perderam a autoridade institucional dos velhos tempos e uma espécie de ideia horizontal se instalou entre os mais velhos e os mais novos. Além disso, o tal do diagnóstico de alguma doença psiquiátrica legitima a dificuldade em lidar com crianças mimadas que sofrem emocionalmente com qualquer frustração, para logo após sofrerem ainda mais e por tempo indeterminado, com algum laudo que irá lhes resguardar o mau comportamento por toda a vida.

No esporte, por enquanto, não há como conciliar a fragilidade emocional e o bom desempenho. Por mais que alguns atletas demonstrem serem embalados por narrativas midiáticas, os heróis no esporte são os mesmos em uma guerra. São duros, determinados e destemidos. 

O futebol tem um concorrente que há muito tempo vem sendo considerado, talvez, o futuro dos esportes de massa. Os videogames estão cada vez mais emocionantes e conseguem despertar mais emoção do que a vida real sem que uma única gota de suor seja derramada. São gráficos, imagens, uma fantasia pura e perigosa.

Enquanto os campeonatos virtuais se desenrolam, as vendas de Red Bull e Fandangos só aumentam. E o peso na balança de jovens com alto potencial vai subindo. Essa obesidade atinge suas mentes e um diagnóstico logo irá ser encaixado nessa vida flácida e entristecida para mantê-lo por lá por tempo suficiente para não conseguirem mais voltar. 

O esporte de verdade pode salvar uma vida. Uma criança comprometida quer apenas superar seus limites e aguarda ansiosamente para ser liderada. Não pode haver horizontalidade entre um adulto, que já superou inúmeros obstáculos, e uma criança no início de sua vida. Pais, mães, professores, irmãos mais velhos, são, no mínimo, conselheiros, orientadores, e também, disciplinadores. Não há crescimento algum sem disciplina. 

Ordem, silêncio, repetições, técnicas e obediência. Uma regra bastante simples que foi utilizada por todos nós em vários momentos de nossas vidas. 

Uma regra natural inscrita em nossos corações e em nossa alma. 

O esporte ensina a obedecer, ouvir, e praticar. O esporte fortalece o corpo e mente de qualquer pessoa. 

O mito do esporte segue nos orientando.

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