A crítica da imprensa no futebol
Um jovem atleta torna-se alvo da imprensa rapidamente. O futebol é uma grande indústria nacional, uma grande fábrica de celebridades e visibilidade. Portanto, é natural que exista também uma grande indústria midiática em cima dessas celebridades.
O jovem já entra na arena com a possibilidade de ser vaiado pela torcida devido a uma repercussão negativa sobre algo que muitas vezes nem mesmo está ligado ao trabalho diário e profissional desse atleta. Mas a vaia tem um alvo e, quando ela atinge a emoção do jogador, uma resposta instintiva será forjada.
“O jovem jogador XXXX é negligente nos treinos e só quer saber de festa.”
Essa é uma manchete que aguarda todos os jogadores das principais ligas. Será preciso lidar com isso. “Pegar pilha”, como diz a gíria, é o caminho menos promissor. O atleta sente-se injustiçado e incompreendido, e esses dois sentimentos, por si só, já são um peso para a carreira de um atleta de alta performance que precisa de todas as gotas de energia para conseguir chegar a algum lugar melhor.
Resposta: “Mais uma manchete escrita por pessoas que estão na arquibancada enquanto eu estou lá, lutando contra leões. Tenho orgulho da minha carreira, pois trabalho diariamente para estar preparado para entrar nessa arena.”
A torcida também representa um peso nas emoções dos atletas, mas trata-se de um peso que é necessário equilibrar. Temos um exemplo não muito recente, mas emblemático. É o caso do lateral-esquerdo Fabrício, quando atuava pelo Internacional de Porto Alegre. Ele foi vaiado pela torcida de forma contínua por vários jogos, até que não segurou mais o ímpeto. Xingou os torcedores em pleno estádio, sendo filmado e fotografado nesse momento. Teve que trocar de clube e ficou marcado por esse deslize como sendo mentalmente frágil.
A emoção atingiu os instintos, e ele não tinha uma resposta diferente para dar naquele instante. Ele não trabalhou a mentalidade. Era um atleta forte e técnico, mas teve a sua carreira prejudicada por questões emocionais.