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METAFÍSICA x UTILITARISMO

Posted on 29 de julho de 202411 de dezembro de 2024

Os efeitos incidentais do que procuramos realizar e praticar, ao fim das contas, parecem ser a busca em si. Ingressamos em jogos econômicos para tocar em algo parecido com o sentido de viver. Desejamos viajar e adquirir novos ingressos para novos lugares, sejam eles concretos ou metafísicos. Desejamos voltar de viagem com uma bagagem pesada cheia de presentes para distribuir aos nossos colegas de time.

Nossa sociedade, nosso grupo, foi forjado na liberdade de escolha de um convívio que, ao fim de tudo, foi baseado na amizade.

E o que é amizade? Que utilidade prática há na amizade?

Trata-se de um efeito incidental de tudo que fazemos. Trabalhamos por dinheiro, pela comida que precisamos oferecer à família, pelo convívio agradável que desejamos oferecer ao nosso grupo, uma série de objetivos que não estão ligados ao sistema econômico, tampouco são passíveis de análise técnica.

O desejo é apenas o de que possamos nos encontrar, em grupo, e falar coisas uns para os outros, uma espécie de treino para a vida, que gera alegria e nos faz reconhecer os companheiros de equipe.

Ninguém permanece ligado economicamente a um objetivo. O dinheiro não possui a capacidade de criar uma sociedade que perdure. Talvez, nem mesmo consiga transmitir de uma geração para outra algum significado que vá além da utilidade técnica de uma pessoa.

Nesse momento, estamos enxergando o desenvolvimento de tecnologias que simulam a inteligência humana. Uma série de utilidades, que outrora nos eram creditadas, será, simplesmente, retirada do nosso campo de ação. Não teremos mais utilidade para uma série de coisas e, para o homo oeconomicus, desatento de si mesmo, o cenário sugere o fim dos tempos, pois sugere o fim da utilidade humana.

Porém, não chegamos até aqui por conta de uma utilidade. Os laços afetivos servem uns aos outros, e a utilidade de servir um ao outro permanece viva em qualquer cenário. A amizade, a alegria e o companheirismo não possuem explicações técnicas satisfatórias para existirem e guiarem um grupo. Porém, ao fim de tudo, é o que guia qualquer grupo para um passo à frente de si mesmo.

Para os naturalistas, o homem é o problema do mundo, uma ideia corrompida de si mesmo, algo muito parecido com a ideia de tirar a própria vida para evitar os problemas causados pelo mau comportamento.

A metafísica é o oposto da utilidade. Não sabemos os motivos de ficarmos felizes com amigos, de sentirmos alegria em ouvir uma piada sobre nós mesmos, de estar em família, simplesmente ali, estando, parado, imóvel, observando a todos e sentindo as benesses de tudo que já aconteceu antes da própria existência.

Há um bom indício em tudo que é metafísico sobre o sentido da vida humana. Na economia, no salário, nas riquezas materiais, há algo de utilitário e corruptivo, que ao fim das contas leva um grupo a pensar mal de si mesmo por conta de um mau comportamento. O comportamento econômico financeiro corruptor de valores reais, humanos, e invisíveis, de todos os tipos.

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