Nascemos com muitas habilidades, mas é claro que todas são inacabadas. Observando alguns animais que logo ao nascer já saem pulando e saboreando a vida, dá para perceber que somos muito diferentes. Somos chamados a lapidar as coisas, a refinar nossas tendências e a superar a própria existência. Claramente essa é a maior confusão que um indivíduo em formação pode enfrentar. É muito possível que a formação seja um processo contínuo até a morte, e ainda assim, não temos certeza se terminará por aí. Todos os dias são oportunidades para aprimorar alguma coisa.
O esporte, independentemente da modalidade, nos ensina sobre essas possibilidades que precisam ser refinadas para o benefício de todos. Existe sempre um alvo, um objetivo, um lugar que precisa ser alcançado ou atingido. No futebol, por exemplo, temos o gol, que traduzido significa meta ou objetivo. Nada mais instrutivo do que isso. Alguns precisam defender, outros precisam atacar a meta. O equilíbrio dessas duas forças é o termômetro de uma equipe.
É fácil perceber nos campeonatos atuais como cada jogador trabalha suas habilidades e aprimora seus talentos. Aquele zagueiro que possui o timing certo para atacar o adversário, sem fazer falta, apenas bloqueando a jogada e recuperando a bola para sua equipe. Sem refinamento, isso jamais seria possível. E os níveis de refinamento são percebidos de acordo com o nível dos campeonatos: Champions League, Premier League, Brasileiro Série A, Campeonato Gaúcho Série B. Sem aprimoramento, as habilidades tornam-se comuns, superficiais, e no nível superficial, todos estão no mesmo patamar.
Um talento é uma forma de enxergar as coisas, e ele se torna uma arma quando é lapidado. A genialidade reside apenas naquele ser humano que trabalha para aprimorar suas habilidades e transformá-las em armas. Seja qual for o campo de atuação de alguém, essa pessoa precisa de ferramentas para defender seu território e atingir suas metas. Professores e comerciantes precisam aprender a falar inglês para manter suas posições. Artistas precisam aprofundar seus conceitos e mergulhar fundo em suas aspirações. Jogadores precisam compreender suas características e aprimorá-las ao máximo, além de entender a tática do jogo sem a bola.
Não existe genialidade na superficialidade das coisas. Nossos pais sabiam que poderíamos caminhar, correr, jogar, ler, tocar instrumentos, mas nenhum pai sabe se um filho será um gênio antes de observar seu comportamento com as coisas. O pai de Ronaldinho Gaúcho dizia que o grande jogador da família não era o Assis, mas sim um garoto com 4 anos de idade. Ele sabia que Ronaldinho seria o que foi, pois ele praticava tudo o que o irmão mais velho mandava. Ele vivia com a bola. Ele transformou uma série de habilidades em armas e aprimorou isso desde que começou a caminhar.
Descubra suas habilidades e trabalhe continuamente. Em algum momento você vai saber o motivo disso tudo.